Análise financeira: capitais próprios
O capital próprio de uma sociedade corresponde ao agregado que compreende os resultados transitados, as reservas, outras variações patrimoniais positivas e os resultados do próprio exercício. É um agregado contabilístico que integra o balanço, sendo que a equação fundamental do balanço tem de corresponder sempre ao ativo que iguala o passivo mais o capital próprio (ativo = passivo + capital próprio).
O financiamento de uma empresa deve ser visto na dicotomia entre financiamento com capital próprio e financiamento com capital alheio. Por isso se torna tão importante o cumprimento dos rácios do capital próprio para as empresas obterem financiamentos ou candidatarem-se a subsídios.
Nós, contabilistas certificados, somos confrontados diariamente com a desvalorização dos rácios do capital próprio e necessidade de reforço dos capitais próprios, quando na realidade é absolutamente necessário para o desenvolvimento económico.
Esta capitalização é essencial para a saúde financeira das empresas e, a nível macroeconómico, para o crescimento económico na medida em que empresas capitalizadas resistem melhor ao impacto das sucessivas crises económicas assim como dispõem de mais autonomia financeira para a expansão, diversificação e inovação.
Existem incentivos fiscais à capitalização das empresas e linhas de apoio. O programa “Recuperar Portugal” contratualizou em finais de 2021 com o Banco Português de Fomento (BPF) e com o IAPMEI um investimento para a recuperação e resiliência das empresas “Capitalização das empresas e resiliência financeira” dotando o BPF de uma verba até 1,3 mil milhões de euros para empréstimos, sendo os primeiros avisos de candidatura
lançados em 2022.
Este é um problema endémico do tecido empresarial português e a este propósito veja-se o que diz na sua página o programa “Recuperar Portugal”: “O Instrumento de capitalização pretende combater a grave depauperação de capital próprio no tecido empresarial português, em particular nas pequenas e médias empresas, como resultado da crise económica espoletada pela pandemia. Neste âmbito, a Componente 5 “Capitalização e Inovação Empresarial” e em particular esta vertente de empréstimos promove a recapitalização de empresas de cariz estratégico e/ou operacional e financeiramente viáveis previamente à eclosão do surto de SARS-CoV-2.”
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